O Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM) acolheu, recentemente, investigadores da
Universidade do Mississippi, dos Estados Unidos da América, no âmbito do
Programa de Intercâmbio Científico (SEP), financiado pelo Departamento de
Agricultura dos EUA (USDA-FAS).
Durante a visita, os três investigadores
norte-americanos, composta por Dr. Daniel Bradford Reynolds; Dr. Michael John
Mulvaney e Dr. Darrin Maththew Dodds, realizaram uma palestra técnica que
envolveu investigadores do IIAM e técnicos de outras entidades do sector
agrário, convidados especialmente para o evento. A sessão teve como objectivo
partilhar experiências e conhecimentos em áreas como produção sustentável,
inovação tecnológica e práticas agrícolas adaptadas ao contexto moçambicano.
A cerimónia de abertura foi
dirigida pelo delegado regional Alcídio dos Santos Vilanculos, que destacou a
importância desta colaboração internacional na promoção de Boas Práticas
Agrícolas e no fortalecimento das capacidades técnicas e científicas do país. O
SEP visa criar parcerias duradouras entre cientistas dos EUA e de países em
desenvolvimento, impulsionando a investigação agrícola e fomentando o comércio
bilateral.
Em 2024, dois investigadores
moçambicanos das áreas de Veterinária e Agronomia participaram no programa,
tendo estagiado em universidades norte-americanas nomeadamente, no Novo México
e no Mississippi. Como parte da fase de retorno do intercâmbio, os investigadores
norte-americanos escalaram a Moçambique, onde realizaram uma palestra na cidade
de Chimoio, organizada pelo Centro Zonal de Investigação Agrária da Zona
Centro.
Na ocasião, foram abordados
temas como a produção de sementes, o maneio de solos e a aplicação de
tecnologias agrícolas modernas. O Eng. Domingos Feniasse, coordenador do evento
e um dos beneficiários do intercâmbio, partilhou suas experiências vividas nos
EUA, destacando a importância da agricultura de precisão, do uso eficiente de
insumos e da comunicação eficaz dos resultados da investigação junto aos
produtores.
Durante o debate, foi colocada
a questão sobre a possibilidade de acesso a programas de mestrado e
doutoramento nos EUA. Os investigadores americanos confirmaram a existência
dessas oportunidades, esclarecendo que o acesso está condicionado à existência
de parcerias institucionais e ao potencial de contribuição que o estudante
possa oferecer à universidade. Sublinhou-se ainda que não há limite de idade
para candidatura, sendo o mérito académico e científico o principal critério de
avaliação.
No encerramento do evento, o delegado apelou a uma mudança de visão sobre o agricultor, defendendo que este não deve ser visto apenas como um produtor de subsistência, mas sim como um agente económico que precisa pensar em gerar rendimento. Incentivou ainda a valorização dos conhecimentos partilhados durante o intercâmbio, para enfrentar os desafios actuais da investigação agrícola no país e contribuir para um sector agrário mais moderno, produtivo e competitivo.
Texto: Joaquim Waite e Stefan Magamba; Fotos: Joaquim Waite